Descrição
A impunidade é causa de aumento da violência ou é a violência que alimenta a impunidade? A pena é suficiente como mecanismo preventivo? Num país que já registrou o maior número de homicídios no mundo e que se mantém entre os que ostentam as maiores taxas, proporcionalmente à população, conter ou reprimir as muitas manifestações de violência têm sido os caminhos usualmente adotados para dar tratamento ao fenômeno. Confia-se que mecanismos como controle de armas, monitoramento de fronteiras, investigação e responsabilização penal, serão suficientes e sustentáveis na busca da diminuição da violência. Neste livro, a autora se propõe a questionar os limites de validade de alguns pressupostos das políticas de justiça e segurança pública, dentre eles, a aposta no efeito dissuasório da pena, adotada como tática, por excelência, para a prevenção da criminalidade violenta. Com um retrato fiel das investigações de homicídios no país, são analisados os resultados da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública ENASP, um esforço concentrado em torno da redução do quadro de impunidade nesses crimes, e que permitiu um amplo diagnóstico do funcionamento das engrenagens do sistema investigatório e processual penal. Reconhecendo a complexidade da violência e a insuficiência ou mesmo inadequação de abordagens cartesianas e deterministas no seu tratamento, a obra introduz uma nova perspectiva de aproximação, de caráter preventivo, a partir dos pressupostos do pensamento sistêmico. Com escrita fluida e coerente, a autora adota princípios da complexidade e arquétipos de funcionamento dos sistemas, chegando nas possíveis causas para a ineficácia de grande parte das políticas públicas em execução. Assumindo que o sistema de justiça e segurança pública não tem sido capaz de escutar adequadamente vítimas e agressores, Taís Schilling Ferraz apresenta ao leitor não apenas uma perspectiva diferente para a abordagem da violência, como também a motivação teórica para que seja colocada em prática.
Avaliações
Não há avaliações ainda.