Descrição
Nossa relação era como se fossemos companheiros do mesmo pelotão da guerrilha. Tínhamos em comum não apenas ideais e sonhos, mas o compromisso irredutível e inabalável com a revolução. Após anos sem nos ver, quando o reencontrei em Porto Alegre, passamos horas conversando; nem parecia que estivéramos tanto tempo afastados. Diógenes me recebeu em sua casa. Mesmo com a saúde já debilitada, não me deixou ir para um hotel. Generoso, cedeu seu quarto para mim e minha mulher. E lá ficamos, ele e eu, por dias a relembrar nossos companheiros e companheiras que deram a vida pela liberdade e a planejar as lutas para retomar o governo, derrotar Bolsonaro e reeleger Lula. Na despedida, carneamos um carneiro no Espaço 900, em Porto Alegre, e ficamos horas e horas junto a amigos e amigas de lutas (entre elas, Suzana Lisboa que está na foto). Esta foi minha última vez com Diógenes. Foi a nossa despedida, em grande estilo. Na minha memória, guardo a imagem serena e de missão cumprida do combatente Diógenes Oliveira, um brasileiro, filho do nosso tempo que esteve à altura do desafio da vida que viveu com paixão revolucionária. José Dirceu
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