Descrição
O Jornal Panfleto circulou no Brasil entre fevereiro e março de 1964, colaborou para a construção do brizolismo, ideologia que se solidificou com a figura carismática de Leonel de Moura Brizola, apresentando um mito que se consagrou como revolucionário, o qual defendia um nacionalismo acirrado, opondo-se a qualquer forma de imperialismo dominante, principalmente atacando os Estados Unidos, através da organização de discursos inflamados. O Panfleto apresentou todos os elementos para esta análise, sendo também um valioso documento de pesquisa para o estudo de conteúdo veiculado em suas páginas, que reforçaram a existência e a formação do brizolismo, o qual resgatou da política nacionalista, populista e trabalhista de Vargas os componentes básicos para sua afirmação enquanto ideologia. O Panfleto mostra a retomada dos discursos varguistas através de uma reinterpretação de Brizola, bem como uma aproximação da imagem de Leonel Brizola com Getúlio Vargas, a fim de possibilitar a construção do mito brizolista e apropriar-se de estratégias usadas por Vargas, as quais viessem ao encontro de seus interesses, divulgando, além dos discursos, fotografias nas quais ele se apresenta como um representante autêntico de Vargas. No jornal Panfleto Brizola escreveu sete discursos, defendendo o trabalhismo, o nacionalismo e opondo-se ao imperialismo norte-americano. O Panfleto inquietou, pois mostrou um Brizola que apregoava um nacionalismo mais acirrado que o nacionalismo varguista e sem nenhuma possibilidade de conciliação entre os interesses populares e os desejados pela burguesia, fossem interesses de ordem nacional ou internacional.
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