Descrição
Iniciando-se pelos proprietários das companhias de gestão de presídios privatizados e se estendendo por uma gama de indústrias um tanto esotéricas, um diversificado grupo de interesses perversamente motivados se aglutina para sustentar e lucrar com o aprisionamento em massa. Ao longo deste livro, a lógica das prisões-empresas é mostrada em detalhe como uma política de Estado nos EUA. Mostra-se para quem vai o lucro, em detrimento da população pobre e não branca, historicamente excluída nos EUA. A busca por mão de obra barata para competir com o mercado internacional promoveu naquele país políticas públicas que tornam interessante, do ponto de vista orçamentário, a adoção do dito sistema de prisões lucrativas. Cidades falidas caem no lobby de grandes empresas e perpetuam a exclusão daqueles que supostamente geravam criminalidade em seus territórios. Agora, eles ficam sujeitos ‘voluntariamente’ ao trabalho forçado, desde que escolham o trabalho e a disciplina em troca de uma liberdade condicional que dificilmente conseguiriam conservar. Este livro nos leva a refletir bastante sobre uma injustiça que de perto não percebemos. O trabalho nas prisões, o encarceramento do exército excedente de mão de obra e o desrespeito a direitos de trabalho são três elementos que se escondem por trás de uma lógica em que parece justo que se trate o excluído como ele é tratado. O livro nos mostra, ainda, como uma série de restrições da esfera do direito levam os integrantes da população encarcerada a crer que, por suas escolhas, poderiam se libertar da subalternidade.
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